RIO-NYC com AirCanada 2018

Este ano tive a experiência de viajar com a Air Canada para Nova York. Gostaria de compartilhar com vocês minha aventura.

Tudo começou com a pesquisa de preços de passagem. Um dia encontrei a Air Canada oferecendo uma Rio-Nova York-Rio com conexão em São Paulo e Toronto por cerca de US$ 700.00, enquanto outras companhias ofereciam o mesmo trecho por cerca de US$ 1,000;00.

Resumo da viagem

O voo da Air Canada, em code-share com a Gol, partiu do Rio de Janeiro, Aeroporto Santos Dummont (SDU), para Guarulhos, SP, Aeroporto de Guarulhos (GRU). Depois segui com a Air Canada para Toronto, Aeroporto Toronto Pearson International (YYZ) e por final chegaria em Newark, NJ, Aeroporto de Newark (EWR). Na volta a rota seria inversa. A previsão era de cerca de 18 horas de viagem na ida e na volta.

Apesar de parecer ser um voo cansativo, gostei da idéia de sair e voltar pelo Aeroporto Santos Dummont, que fica no Centro do Rio e perto da minha casa. Também me agradou dar uma paradinha no aeroporto de Toronto para comprar alguns ítens que só encontraria no Canadá.

Uma outra grande vantagem para quem gosta de fazer suas comprinhas: a Air Canada ainda permite que cada passageiro despache duas bagagens de 32 kg cada.

A ida

Essa foi a primeira vez que fiz uma conexão em outro país antes de ir para os Estados Unidos. Sendo assim, resolvi dar uma pesquisada de como seria o processo.

Do Rio para Guarulhos seria um voo comum, então não me preocupei. De Guarulhos para Toronto, também. Só fiquei com dúvidas como seria a conexão para os Estados Unidos.

A maioria dos aeroportos canadenses com voos para os Estados Unidos possui um acordo com o CBP norte-americano – a imigração – onde os passageiros fazem a imigração no próprio Canada. Ou seja, ao se chegar nos Estados Unidos, é como se chegasse em um voo doméstico.

Em relação a alfândega, não achei nenhuma informação clara sobre o que aconteceria em Toronto. Mais adiante dou detalhes do que aconteceu.

De Toronto para Nova York as coisas não aconteceram bem como eu esperava…

SDU-GRU

Esse trecho do voo foi um code-share com a Gol. A Air Canada oferece o localizador da reserva da Gol, o que permite comprar assentos e outras vantagens. Recomenda-se chegar mais cedo para resolver eventuais problemas ou dúvidas que surjam.

Nessa viagem, pude observar que os funcionários de check-in da Gol não estão totalmente preparados para lidar com os voos internacionais e não tem informações precisas sobre documentação e bagagem.

Primeiro, foi a questão de documentação. Antes de viajar, pesquisei e descobri que atualmente nós, brasileiros, sob certas circunstâncias, já podemos visitar o Canadá ou permanecer em trânsito para os EUA sem a necessidade de tirar um visto canadense. Porém, é preciso solicitar online um eTA (Electronic Travel Authorization). Quem tem visto canadense válido, não precisa desse documento. Confira aqui se você está apto para ter um eTA.

Por falta de conhecimento, a funcionário exigiu que eu apresentasse o eTA. Quando disse que não tinha por ter o visto canadense, ela perguntou ao seu supervisor se eu podia embarcar “apenas” com o visto para o Canadá. O supervisor, melhor informado, sabia que com o visto não teria problema.

Depois, na hora de etiquetar minha bagagem, a funcionária colocou como destino final Toronto. Questionei, já que o meu destino final seria Nova York. Segundo ela, como eu teria que fazer alfândega em Toronto, ela só poderia etiquetar até esse destino. Argumentei, mas ela foi irredútivel. Como ela me garantiu que eu teria minha bagagem em mãos, não me preocupei, pois imaginei que pudesse despachar as bagagens para Nova York, após a alfândega. Isso me causou um problema, que vou relatar mais adiante.

GRU-YYZ

Como o voo seria longo e eu estava preocupado com o tempo de conexão, adquiri nesse trecho um Preferred Seat. Esses são os assentos com mais espaço para as pernas. Meu assento era o 18A, logo atrás da Econômica Premium.

Preferred Seat Air Canada
Preferred Seat 18A no B-777 da Air Canada

Chegada em Toronto

Ao desembarcar em Toronto, existe um caminho específico para quem tem conexão direta para a terra do Tio Sam.

Fazendo conexão para os EUA? Siga a letra F.
Fazendo conexão para os EUA?
Siga a letra F.

Siga o caminho F até chegar aos quiosques de imigração.  Estes podem ser usados se você tem passaporte eletrônico brasileiro com biometria e visto B-1/B-2 ou passaporte que façam parte do programa de isenção de vistos. 

Após pegar seu comprovante, se tiver bagagem ou algum outro problema, você será direcionado para o atendimento de passageiros e alfândega eletrônica. Caso a bagagem tenha sido etiquetada corretamente, o passageiro verá seu nome no painel com a cidade de origem do voo.

Enquanto as malas são verficiadas, o painel mostra Processing. Terminada a conferência, ela será repassada para o voo seguinte e o passageiro seguirá para a conferência final da imigração norte-americana.

Quem não tem bagagem é direcionado para a saída ou para um agente de imigração norte-americana.

Ainda sem saber que minha bagagem estava extraviada, fui direcionado para o agente. Após as perguntas de sempre e já ter me liberado, ele me perguntou se eu tinha bagagem. Respondi que sim. Ele me falou que o sistema não mostrava isso.

Voltei para o atendimento a passageiros. Expliquei a situação, procura dali, busca de lá, finalmente encontraram minha bagagem e me disseram para ficar de olho no painel a minha frente, aguardando surgir as iniciais do meu nome e a posterior liberação.

Após algum tempo o painel mostrou minhas iniciais, a origem do meu voo e que minha bagagem estava sendo inspecionada. Relaxei, pois ainda tinha bastante tempo para minha conexão. O tempo foi passando, o mato cresceu, depois de cerca de uma hora meu nome sumiu do painel, ao contrário dos outros passageiros, que mostrava para procederem para a próxima etapa.

Voltei ao atendimento a passageiros mais uma vez para saber o que houve com minhas malas. Após um bom tempo, fui informado que elas estavam na esteira de bagagem no desembarque. Eu teria que ir até lá, reconhecê-las e fazer um novo check-in para meu voo. Nesse momento eu já estava começando a ficar atrasado para meu próximo voo.

Para chegar lá, tive que fazer imigração canadense e alfândega, pois os funcionários da Air Canada não me auxiliaram nesse momento. Mais demora. Quando cheguei no balcão para despachar minhas malas, o voo já estava fechado.

A agente do check-in me informou para que eu procurasse o atendimento a passageiros para trocar meu voo. Fui colocado em um voo as 16h. Como ainda era cerca de 8 da manhã, teria que aguardar por mais 4 horas até poder despachar minha bagagem. E depoi mais 4 horas até a partida do voo.

YYZ-EWR, quero dizer, LGA

Originalmente eu iria de Toronto para Nova York, descendo no aeroporto de Newark, em Nova Jersey. Por conta dos contratempos, desci em LaGuardia. Aterrisei cerca de 19h no horário local e já estava noite.

Nesse trecho voei de Air Canada Express, uma subdisiária da Air Canada para voos regionais. Voo normal. Estava tão morto de cansaço. O que valeu nesse voo é que, ao pousar em LaGuardia, o avião sobrevoou Manhattan. Indescritível!

A Volta

A volta aconteceu sem grandes percalços. Cheguei em Newark e fiz meu check-in rapidamente, porém o voo para Toronto saiu com bastante atraso.

Quem vem dos Estados Unidos e faz uma conexão internacional em Toronto tem que passar em um quiosque e fazer uma imigração eletrônica. O processo é rápido. Como éramos poucos – havia outros brasileiros no voo -, não tinha fila.

Quando chegamos no portão, o voo para Guarulhos já estava embarcando. O segundo trecho foi tudo OK. O voo estava lotado. Por sorte, não tive problemas para guardar minhas bagagens de mão.

De Guarulhos para o Rio fiquei mais de uma hora no check-in de trânsito da Gol. Quando cheguei no portão, o voo para o Rio já ia iniciar o embarque.

Conclusão

Perdi um dia da minha viagem e tive gastos extras por conta das falhas de atendimento da Gol no Santos Dummont e da Air Canada em Guarulhos.

A Gol não sabia dos procedimentos em Toronto e nem me orientou a procurar a Air Canada em Guarulhos quando questionei sobre a etiquetagem da minha bagagem. Apesar disso, busquei me informar quando cheguei em São Paulo. Mesmo assim, a Air Canada não trocou minha etiqueta de bagagem nem me deu orientações como proceder ao chegar em Toronto, mesmo após ter informado que tinha conexão para Nova York.

Desaconselho essa experiência para iniciantes e pessoas que não tenham domínio do inglês.

Se você já fez um voo parecido, compartilhe nos comentários sua experiência.

https://nyc.helvecio.com/wp-content/uploads/2018/12/rio-nyc-com-aircanada-2018.pnghttps://nyc.helvecio.com/wp-content/uploads/2018/12/rio-nyc-com-aircanada-2018-150x150.pngHelvecioChegadas e PartidasEste ano tive a experiência de viajar com a Air Canada para Nova York. Gostaria de compartilhar com vocês minha aventura. Tudo começou com a pesquisa de preços de passagem. Um dia encontrei a Air Canada oferecendo uma Rio-Nova York-Rio com conexão em São Paulo e Toronto por cerca de...Nova York vista de longe